27 de nov. de 2011

INruST entrevista: Erika Monterisi

Olá curiosos e passantes, hoje entrevistarei Erika Monterisi autora do romance nacional "Sol e Lua" pela editora Litteris. A autora possui um blog que lida com os assuntos do livro, desde suas informações até as promoções e eventos relacionados, é muito bacana, é este aqui oh!

Se você se interessar na livraria Saraiva, na livraria Cultura e na loja virtual da editora Litteris.

Aí vamos nós!

INruST: Erika, fale um pouco de você.

Erika: Sou Erika, casada, mãe, enfermeira e roqueira inveterada!!!!! Sempre gostei também de filmes de terror. Prezo muito a amizade, que hoje em dia é um sentimento raro (O que é uma pena).

iREntão, Erika, pode me contar um pouco o que te fez querer ingressar neste mundo da escrita?

ErikaEssa pergunta é mais fácil de responder. Como disse antes, sempre gostei de filmes de terror. E sempre achei que os melhores eram os que mostravam os monstros como seres angelicais. O que é extremamente utópico. A partir daí (ao meu ver isso está se perdendo nas histórias contadas hoje em dia), tomei coragem pra colocar no papel uma história que vivia na minha mente desde que era adolescente.

iR: E existe algum livro ou filme de terror em específico que te impulsionou mais?

Erika: Alguns, como Drácula de Bran Stoker, Entrevista com vampiro, Cemitério maldito...

iREste foi o seu primeiro livro publicado, certo? Pode me falar um pouco sobre a experiência de criá-lo e de por formas nas palavras?

Erika: Sim, é o meu primeiro livro. Eu tinha a idéia formada quando comecei a escrever, mas algumas idéias não seriam viáveis e só percebi isso ao longo da escrita. É como se os personagens tivessem vida própria e me falassem o que queriam. Doido não é? Pra mim foi assim. Foi também um sacerdócio, onde eu trabalhava de segunda a segunda. E fazia isso feliz: Me achei.

iRVocê me contou, certa vez, que tinha se tornado uma famosa escritora internacional (risos). Pode contar essa história para os leitores, curiosos e passantes?

Erika: (Risos) Foi bem engraçado. Fui na livraria Saraiva em um shopping aqui no Rio e perguntei do meu livro (sem contar que eu havia escrito), a atendente foi muito simpática e logo achou-o no sistema. Mas ela foi procura-lo na prateleira dos autores internacionais!!!! Tomei um susto daqueles e perguntei: "A autora é estrangeira?" E a moça: "Lógico! Deve estar por aqui.". Mas insisti, dizendo que achava que a tal Erika é nacional e ela riu, voltando ao computador. Quando percebeu que eu estava certa, ela me levou a prateleira certa e pediu desculpas. Ainda disse a piada: "Com um nome desses, né? Não dá pra saber".

iRTeve alguma parte, alguma personagem ou qualquer coisa no seu livro que tenha se tornado tão irremediavelmente vivo que saiu do seu controle?

Erika: Sim, Hanna e Phill. Há passagens do livro que eu leio e penso: "Putz! Foi eu que escrevi isso?!"

iRE terminando ele, o que você sentiu vendo ele pronto e publicado?

Erika: Orgulho. Como um filho que cresceu e saiu de casa, tomando o mundo.

iRJá tem alguma ideia na cabeça para uma continuação ou um novo romance?

Erika: Já comecei a escrever a continuação dele. Sim, ele terá continuação, mas não sei se será editado. A idéia ainda está germinando.

iR: Bacana! Você tem algum conselho para dar aos escritores (tipo eu) que estão engatinhando e não sabem que rumo seguir ou como alcançar o livro em si publicado?

Erika: Bem, antes de mais nada, escrevam pra vocês. E se permitam se encantar com o que vocês escrevem, porque se você se encantou, poderá encantar outras pessoas. E acreditem sempre!!! Por mais que digam "é loucura", não dêem impotância. Quem é que sabe o que pode vir a acontecer?A vida é nossa e só a gente sabe o queremos atingir. Afinal, sonhar ainda e gratuito.

iR: Eu queria agradecer a grande oportunidade de te entrevistar. Muito obrigado! Alguma mensagem para seus leitores e aspirantes à tal cargo?

Erika: Primeiro, agradecer a você pelo espaço. Muito obrigada. E, como dizia uma pessoa que me inspirou muito (Renato Russo), Força Sempre.

iR: Agora me diz: Uma música, uma banda e um instrumento.

Erika: Uma música só é pouco!! Direi uma em português e outra em inglês: Sereníssima (Legião Urbana) e Fade to Black (Metallica). Mas também tem o Pearl Jam e o Pink Floyd... (Risos) Instrumento musical... Eu gosto da "cozinha": baixo e bateria. Até comentei isso no livro.

E agora, para a Erika e para todos os leitores, passantes, pedintes e curiosos:



21 de nov. de 2011

Enquanto isso na Rússia...



Os Russos se mostraram realmente capazes de levantar o cyber e industrial e fazer toda uma onda cultural disso. É de se estranhar um pouco, pois isso chegou a atingir o meio mainstream deles, algumas bandas como a Слот АнгелОК até se aventuram no travestismo meio andrógeno da tumultuada cultura japonesa, pegando as vestimentas do Eletro Gothic e do Dark Eletro e tentando dizer não é tão estranho assim depois que você consegue por a meia-calça.
Eu, particularmente, acho ridículo esse cenário alternativo estamos tentando aparecer na MTV, cadê a maquiagem? Os caras compram umas máscaras de couro, umas fivelas, botam lentes brancas, sinais de radioatividade ou perigo biológico e tocam uma house pobre com uns grunhidos e synths de baixa qualidade. Poxa, me divirto mais com a Greensleeves que vêm na memória do meu tecladinho Cassio.
Mas surpresas como essa Biopsyhoz trazem aquele espírito da passionalidade na música, da expressão. Eles trabalham num estilo tanto quanto um pintor trabalha com seus kits, não são limitados, são filtrados pela própria escolha da linguagem sonora para se expressarem.
É uma pena, vejo muitas bandas como a Smaxone que se limitam pelo mercado e acabam deixando um pouco de suas influências de lado (banda do ex-vocalista MNEMIC - que fez bem o tirando, penso eu) perdendo toda a sonoridade e fazendo algo pra agradar gregos e troianos.
O que me impressiona pois MNEMIC foi a primeira banda que eu vi, fora o Meshuggah (criador do "djent") a pegar o espírito desse "estilo": Guitarras raivosas e com base constante alternando entre ritmada e atemporal, algo bem mecânico.
Agora o que percebo é que a Russia sim é um polo de cyber e industrial, a Alemanha teve sua vez, mas fez tanto sucesso no básico que se perdeu misturando-se com rock e coisas mais simples, sendo ultrapassada por outros países como Finlândia, Suíça, etc. Assim como a economia mundial, a balança do cenário industrial/cyber está mudando da grande Alemanha e seus industriais dançantes que tocam em boates para a raivosa Rússia e seus cybers pesados, cheios de revolta, que crescem nos bares noturnos e casas de shows.

20 de jul. de 2011

Relativismo bobo

As pessoas devem rir umas das outras - e rir delas mesmas - por mentir e fingir tão fracamente. Tipo um jogo de mentir e acreditar: Eu minto, você finge que acredita, eu brinco que você acreditou e - depois - revezamos. Chega a ser tedioso de tão óbvio, chato de tão previsível, engraçado de tão banal. 

Existem livros, existem os que lêem e afirmam - e os que lêem e questionam.

Existem fotos, existem os que vêem e acreditam - e os que vêem e duvidam.

Existem músicas, existem os que ouvem qualquer coisa - e os que ouvem e aprendem.

Chega a ser cansativo de tão parado, sonolento de tão bobo, ridículo de tão falso. Se seus sentidos se limitam à limitação alheia, se suas liberdades são cerradas pelas liberdades alheias, se as verdades são riscadas pelas crenças alheias, se suas conquistas forem apagadas pela inveja alheia, se seus olhos forem nublados pelo véu da comodidade, se sua vontade for oprimida pelo normal... O que nasce?

Se tudo for relativismo - para que lemos? Se tudo for relativismo - para que comunicamos? Se tudo for relativismo - para que amamos? Se tudo for relativismo - para que pecamos? Para quem oramos? Para o que  blasfemamos? Para o que rimos? Se cada um tem sua verdade para que perder tempo? Estudas para o que? Aprende para o que? 

Então tiranos nascem, líderes oprimindo ignorância (ou vamos ignorar que Hitler foi dito por "gênio" e foi capa da Time de 1938?). Então heróis nascem, líderes enganando ignorantes (cesta básica para que tudo continue como está). Afinal... Cada um tem sua verdade não? A minha é dar um tiro em seu pé, que tal?

Mentiras, juros sobre juros, débitos pendentes de aceitação, temos que multiplicar! Um centavo não basta! Precisamos de milhões de mentiras! Um relativismo bobo não vai pintar o mundo de rosa!

Então justifica-se guerras, festas para ricos darem dinheiro para ricos, empréstimos para gerar dívidas... Um centavo não vai bastar... Eles precisam dever mais! Então a necessidade nasce, aprisionamento, fraqueza... Não se pode mais viver sem... Não se pode deixar de dever! Você deve! Afinal, todos devem!

Mutilações, culpas, agora tudo está arruinado. Cada um quer seu pedaço maior que o do outro - e quer mais de um. Todos irão tirar de todos enquanto podem, todos irão comer antes que acabe, todos irão comprar antes que termine, todos irão assistir antes que pare... Todos vão apontar como seu, todos vão chamar de seu... Cada um do seu jeito... E tudo isso, isso tudo, apenas aconteceu por que você disse que "Cada um tem a sua verdade"... Tudo por causa de um relativismo bobo. Boa sorte com o caos que sua birra criou... Você plantou, agora colha ou apodreça.... Afinal: Deus odeia covardes e ninguém suporta impetuosos.

4 de jul. de 2011

No Intervalo

Meu intervalo... Devaneio.

Tomei este espaço para mim já faz algum tempo, produzi e produzi. Não acho que esse blog vai ser algo muito importante e nem acho que ele seja algo importante para outras pessoas... Também não é segredo que o que eu escrevo nele é escrito para mim. Muitas vezes fico um pouco abatido, ninguém comenta... Não existe feedback. Muitas vezes nem tenho vontade de continuar escrevendo (meus livros). A vida anda tão atropelada e soluçada que não lembro mais qual foi a última vez que escovei os dentes... É tudo tão corrido e automático que eu nem posso saborear o dia.... E eles passam.

Eu não tenho um propósito desenhado, então rabisco nas paredes;
Eu não tenho um objetivo traçado, então escrevo atrás dos cadernos;
Eu não tenho um sonho novo, então relembro os antigos.

Eu queria férias... Mas estou entre o que deve ser feito e pessoas que suspiram: "Ah... Se eu pudesse eu te ajudava." Como se isso fosse fazer alguma diferença...

PS. May ta no meu colo olhando o que eu estou escrevendo... Talvez ela goste... Quem sabe?

26 de jun. de 2011

Sim. hoje é o dia.

Hoje eu estou um tanto impaciente... Estou percebendo que vou passar sono, tudo por irresponsabilidade de outra pessoa. Muita coisa pra fazer... Tempo já contado. Eu me pergunto quando vou ter folga ou férias... De uma maneira bem chata e sem graça as coisa vêm acontecendo uma depois da outra, sem folga. Desde muito tempo correndo sem tomar fôlego, calculando sem tomar um suco, pensando sem vazio.

Poucas pessoas chegam a conhecer sua fronteira pessoal, eu já encontrei a minha algumas vezes. Não tem nada demais, apenas uma linha num lugar qualquer - não significa nada. Depois de algumas vezes cruzadas ela até fica apagada e desgasta. Ah! Mas como eu gostaria de um tempo para descansar. Não um tempo pra não se fazer nada... Mas para se descansar. O ritmo frenético em que estou andando não me deixa tempo nem para desligar

Dormir pensando na hora de acordar, comer rápido para voltar ao trabalho, receber e calcular o que não pode ser gasto - e não se surpreender  por ser tudo. 

Eu não quero o tempo, eu quero um tempo. Não quero ficar sem fazer nada, eu quero poder fazer uma coisa qualquer. E antes do querer vem aquela frase: Ah! Qual é?! Eu mereço! Mais 5 minutinhos!

Sempre alienado e marginalizado por vontade e índole própria, eu também não gosto da ideia de se desgastar e gastar a vida toda tentando conquistar coisas para um quando bem distante eu poder esticar as pernas num sábado qualquer e ler um bom livro sem ter que pensar em que horas tenho que dormir. 

É... Não tive sorte. Vamos soluçando vida e pigarreando blasfêmias. 

Títulos te levam à tempestuosa calma. Não quero mais um Obrigado!, mas também não vou martelar a cabeça de ninguém para ter o que eu quero... Será que não existe um bosque nem perto nem longe, com uma casa nem grande nem pequena, com um clima nem bom nem ruim onde possa se levar uma vida nem rica nem pobre?

Não pretendia conquistar nada, tiranos conquistam. 

Não pretendia buscar nada, perdidos é que buscam.

Não pretendia lutar por nada...

Apenas queria o que era meu, por merecimento. Mas notas não fazem currículo e esforço não faz competência... Não aqui... Não onde ligações sociais firmam destinos... Não aqui.. Talvez em um bosque longínquo....

Talvez...

Nujabes !


Não pude deixar de postar isso aqui, ignorância minha não conhecer o trabalho dele antes. É simplesmente fantástico!

25 de jun. de 2011

Antes, agora e depois.

Qual o gosto da morte?... Que saudosismo nos aguarda no total escurecimento do ser?... Existe descanso se não há esforço? Existe melancolia sem a nostalgia? O que vêm depois do fim?... Seria como uma memória de um dia bom? Seria como um gosto distante? Seria como as figuras disformes de luz que ficam em nossa retina?... Mas como isso se daria depois do fim?

Como é sentir o que não se pode ser sentido? Como é o vazio que não pode ser tocado? Como é a ideia que não pode ser concebida? Como se vê quando não se pode ver? Como é o onde onde até o escuro não existe? Como é não ter depois? Quando o tempo se torna nulo - como é dormir sem sonhar nem acordar? Qual o gosto do fim? Seria ele o oposto do gosto do começo? Mas eu não lembro do gosto do começo... Lembrar... 

O que se tem no fim? O que se espera na falta do recomeço? O que se perde quando não se ganha? O que se ganha que não se pode gastar? Descanso? Paz? Como vamos poder saber de algo que não conseguimos lembrar? O esquecer tem cor? O esquecer pode ser lembrado? Existe sabor no que não se pode mais saber?

Quando se amou, você consegue lembrar de como foi. Mas e se você não puder lembrar de como foi, você terá algum dia amado? Pode-se sentir algo pela primeira vez uma segunda hora? Se você esquecer do desabrochar de uma linda flor, todo desabrochar será o primeiro?

Se você aprende algo que já sabia mas esqueceu, você aprende de novo ou aprende o novo? Se não houver alguém para avisar do segundo tropeço, ele será o primeiro ou será redundante? Se você esquecer do mundo, o mundo será novo? Será ele seu? Será ele mentira? 

Podemos nos arrepender do que não sabemos? Podemos ser culpados pelo que não havia o que ser feito? Podemos viver se nos esquecermos? Podemos viver se esquecermos? Podemos esquecer se vivermos? Podemos esquecer de viver? Podemos viver esquecendo? Podemos viver do esquecer? Podemos nos emocionar com uma música repetidas vezes? Podemos nos contrariar? Podemos correr para o começo? Podemos?...

Como recomeçar onde o começo já se foi? Como recomeçar quando não há voltas? Como recomeçar depois do fim? Como colecionar fragmentos sem fim? Como repor o que não existe? Como prosseguir sem próximo? Como ler sem linhas? Como virar sem páginas? Como entender sem prólogo? Como se ludibriar sem capítulo? Como se expressa o vazio? Como se expressa o inexplicável? Como se explica o não conceito? Como se descreve o amorfo? Como se respeita o abuso? Como se pode perdoar a malícia?  Como se pode entender a intenção? Como se explica o ambíguo? Como se justifica o injusto? Como se expressa o erro? Como se completa o ininterrupto? Como se fecha o ciclo? Como se ajuda o tumor? Como se repara a ação? Como se muda o ato? Como se pára o que já se foi? Como se volta o que terminou?

Como se termina o que nem começou? Se escreve um fim... Mas e depois?

30 de mai. de 2011

Pensamentos Aleatórios

Realmente está dando muito trabalho não ter trabalho, os dias parecem os mesmos e as curvas te levam para o mesmo lugar. Aquela brisa do verão se foi, estamos nas fantasiosas neblinas do inverno e muitas coisas mudaram. Houveram voltas sem escolhas, descasos, abandono, tentativas e falhas; Houveram perdas, desaparecimento, lamentos, procura, tentativas e falhas; Houveram mudanças, movimento, dança, esforço, tentativa e falha.

Hoje noto que: detesto ter que cozinhar estando doente, comida congelada responde melhor às dores no corpo (de um resfriado, irônico não?). Hoje noto que: pude resolver todos meus problemas encarando-os nos olhos com respeito, mas ainda existem alguns demasiado complexos para serem aniquilados pela fagulha do ímpeto. 
Tive uma perda, uma das filhas da May desapareceu, fizemos incansáveis procuras pela área mas nada de construtivo. 

O tempo passa e eu vejo um crescimento da ignorância exponencialmente maior do que a iluminação do saber, soa como se as pessoas tivessem um ápice de rebeldia e ânsia de conhecimento, em uma determinada idade, e depois simplesmente aceitam a comodidade que a sociedade homeopaticamente impõe. É uma roleta russa, jogo que te força a agradar gregos e troianos. Por medo de falha acabam por viver para morrer, respiram com uma linha traçada para a cova, sem evolução ou descoberta, apenas consequência, respiração, alimentos, alegrias e sono, ciclo (o que me lembra muito os jogos de tabuleiro, Jogo da Vida ou Monopólio).

Nunca tomei tanto chá na minha vida, descobri uma fonte barata e de qualidade. Agora posso recordar com minhas papilas gustativas minha infância de gosto chá de quebra pedra. Chega a ser engraçado como, às vezes, nos distanciamos tanto de certas coisas que elas simplesmente escapam de nossa memória como areia entre os dedos, eu me pego em sustos de "olha! eu lembro disso!" e "pior! Isso é muito bom!". 

Consertei minha flauta ocarina para fazer concertos. É muito bom ter um instrumento de sopro à disposição além da nossa voz, eles são bastante expressivos... Mas não quando se está gripado. 

3 de mai. de 2011

Domingo

Terra húmida na ponta dos dedos e joelhos arranhados, estrelas em cascatas
Espelho de maravilhas admirando infinito e mais infinito
A alma que voa e não se prende ao vento
Batidas fortes dentro de seu pequeno castelo
Um sorriso
Uma data
Braços abertos em abraços à vida
A felicidade em ecos de risos harmonizados
Cadarço desamarrado e baba de cachorro na camiseta
Reinos e monstros atrás de troncos, muros e folhagens
Bola, luva, bicileta, boneca

Biscoito  Doce  Colher  Leite

Lábios escuros, sereias turvas
Fogem da luz, esconde-esconde
Azul sobre azul, coelho de algodão branco
Mil bosques à mil milhas, distâncias vencidas com passos apressados
Pequenas maravilhas multicoloridas, asas cintilantes
Tudo que podia ser de um simples domingo de chuva
Desmoronado pela avalanche indomável da imaginação.

1 de abr. de 2011

.Raindrops on fire

De cinza pintou-se o véu,
Abraçando o branco, o claro, o dia. 
Pétalas esquecidas às margens da vida...
E gotas de chuva sobre o fogo.

Os olhos procuram a razão das cores,
As gotas de chuva lavam as confissões;
Toda a vida na corrente desaguando em remotos esquecidos...
E gotas de chuva sobre o fogo.

Eu poderia ler um livro aqui,
Eu poderia cantar aqui,
Eu poderia viver aqui,
Eu poderia morrer aqui...
Nas gotas de chuva sobre o fogo.

Os sentimentos não são justos em dias de chuva,
Mesmo que ore, mesmo que sonhe, mesmo que mude...
As gotas de chuva caem sobre o fogo.

Flores escuras em corações aveludados,
Lágrimas em encontros e sorrisos em despedidas...
E as gotas de chuva sobre o fogo.

Sinto que em algum lugar alguém reza por minhas confissões,
Sinto que em algum lugar alguém reza por minhas derrotas,
Sinto que em algum lugar alguém reza por minhas vitórias,

Vozes cantam dúvidas,
Asas presas ao vazio,
Brisa acaricia o rosto,
Brumas do alívio,
Se desfazem em violenta discórdia.
Se recusam à viver,
Se libertam no esquecer.
As gotas de chuva sobre o fogo.

Minguante sorriso,
Delicado Olhar,
Abrigo e
Gotas de chuva sobre o fogo.

Palavras em névoas,
Continuidade delirante,
Passeio e acaso
Deparam-se com força e luta.

Amarelo, desabrocha,
Minutos, alguns minutos,
Frio e alegria...
E gotas de chuva sobre o fogo.

Verde, verde profundo,
Roga por confissões,
Gotas de chuva, elevam o peso da culpa;
Gotas de chuva, coro silencioso da vida.

Eu poderia repetir,
Eu poderia ver novamente,
Nostalgia contra o novo,
Ambiguidade e silêncio.

Cinza pintado sobre nós,
Luz que rompe o comun.
Frio, silêncio...

E as gotas de chuvam que nos abraçam.